Relatos do que aconteceu a cada dia, escritos por quem lá está.


Junta-te a nós: este é o momento! Faz a mala e aparece.
Descobre aqui onde vamos estar nos próximos dias.
Junta-te dia 16 à Marcha pela Justiça Climática em Lisboa.


Depois de uma noite muito fria e ventosa, saímos do campo de jogos do Montemorense onde dormimos e fomos em marcha até à estação de Montemor-o-Velho.

Pelas 9h30 algumas ativistas, já em Coimbra, reuniram-se à frente da Cimenteira da Cimpor na Souselas. Miguel da ClimAção explica à Noticias de Coimbra porque estão lá.
Realizaram igualmente a “Devia Haver Aqui”, que foi transmitida pela PTRevolutionTV

Apanhámos um comboio até Coimbra e na viagem discutimos o estado da nossa ferrovia, o agradável que é andar de comboio e a necessidade de recuperar linhas e aumentar o número de comboios, em particular no interior. Chegámos à estação de Coimbra e agradecemos publicamente o apoio da CP na cedência de viagens gratuitas a todos os participantes na caravana.

Subimos então à Sé Velha de Coimbra onde cantámos a Grândola Vila Morena junto à casa onde viveu o Zeca Afonso. Deixámos as mochilas mais pesadas na Real República do Prákystão e seguimos em marcha para o Parque Verde junto ao rio Mondego onde almoçámos com alguns membros da ClimAção.

O grupo dividiu-se então em dois.

5 de nós fomos para a ESEC participar numa conversa sobre o clima com o André Ferreira da Climáximo, o Prof. Carlos Fiolhais, a Dra. Alexandra Aragão e moderação do Prof. José Viana Lourenço da Climação, numa plateia recheada de jovens estudantes do secundário e universitários. A Dra. Alexandra Aragão reforçou que Portugal está numa posição de liderança em legislação para fazer face às alterações climáticas: criou a 1ª lei que define o clima estável como património material e imaterial da humanidade. Referiu também a importância do caso dos 6 jovens portugueses da região de Leiria que instauraram um processo contra 33 estados por não fazerem o suficiente para protegerem o clima e o futuro deles. O prof. Carlos Fiolhais quis trazer uma mensagem de otimismo e de crença de que a humanidade, reforçada pela ciência, vai conseguir reagir. “Onde há perigo, há a salvação”. Vai ser difícil evitar o aumento de 1,5 graus centígrados, talvez mesmo 2, mas chegar aos 3 seria catastrófico. Será necessário banir o carvão e apostar no solar, na eólica, hídrica e nuclear. Na questão do lítio defende que é melhor aproveitar os nossos recursos do que comprá-los a outros. Reforçou também a importância da ação coletiva e a participação política, receando a mensagem catastrófica que alguns movimentos passam.

O André reforçou que nas COP’s, as associações cívicas manifestam-se na rua. As próximas COP’s serão no Egipto e na Arábia Saudita onde, pelos regimes vigentes, os movimentos cívicos não poderão estar presentes. Relativamente à mensagem ser muito catastrófica, também há o receio de que o otimismo pode levar a inação.

Houve algumas intervenções do público, quer questionando a força da lei do clima nomeadamente para travar a reabertura de centrais a carvão, quer quanto à opção pelo nuclear e à mineração do lítio em áreas protegidas e em locais onde a população não quer.

O outro grupo foi participar numa conversa sobre “Ambientalismo e Alternativas ao Sistema”. Falou-se dos diversos problemas quer em termos ambientais quer em termos de emissões de gases com efeito estufa e de seguida passámos para um conversa sobre os novos sistemas e como chegar lá. Partilhámos ideias sobre as grandes mudanças de poder e sobre o movimento que altera o sistema ser um grande movimento, composto por diversas fontes que, com objetivos comuns, atacam os pilares de suporte do sistema capitalista até chegarmos à iminente revolução para um mundo melhor.

Podes assistir a algumas partes da conversa: 1ª parte, 2ª parte, 3º parte.

Transmissão da PTrevolutionTV

Às 18 horas reunimo-nos todos na escadaria monumental de Coimbra para uma ciranda. Tivemos várias intervenções. A Comissão administrativa do Grupo Ecológico da associação académica de coimbra manifestou a dificuldade de envolver os estudantes na associação e nas lutas pela justiça climática. “A natureza vale por si só, mesmo sem fazer parte de um sistema produtivo”. A Climação falou da visita da manhã à CIMPOR em Souselas, onde deixaram a sugestão de ser lá criada uma unidade de reciclagem dos RCD’s (resíduos de construção e de demolição). O Movimento Cívico pela estação nova manifestou-se pela preservação da estação nova de Coimbra, que está prevista encerrar em 2023, reclamando que o metrobus que está previsto não oferece solução.

Vê algumas das intervenções na Ciranda “Mudar o sistema. não o Clima: A juventude na Crise Climática” transmitidas no Facebook: 1º Parte, 2ª parte e 3ª parte.

Transmissão da PTrevolutionTV

Fomos então jantar na República dos Kágados e acabámos o dia a estender os nossos sacos de cama no ginásio da Escola Secundária D. Duarte.

  1. Bom dia,
    Sobre a intervenção do Movimento Cívico pela Estação Nova, gostaria de acrescentar que “o metrobus que está previsto não oferece solução” a quem utiliza o comboio para se deslocar de e para o centro da cidade de Coimbra. No entanto, o metrobus poderá reforçar a oferta de transporte para outros locais.
    Convido todos os que defendem a mobilidade sustentável a conhecerem a nossa página no facebook e a assinarem a petição contra o encerramento da Estação Nova.
    Coimbra tem mais encanto… com a Estação Nova.

  2. Olá, Quanto à questão do lítio levantada por alguns dos participantes na Conversa ocorrida na ESEC, uma das grandes preocupações é a de que o lítio que usamos “nos nossos bolsos” (como foi referido) provém em grande parte de extrações violentas para o ambiente e para os Direitos Humanos, em território sem legislação favorável a nenhuma das duas situações. Segundo alguns dos participantes ativistas ambientais, retirar lítio em Portugal é uma oportunidade para podermos usar um recurso inegavelmente fundamental na atualidade, com controlo ambiental e laboral. Contudo, a maior preocupação deixada foi a de que é imperativo reduzir o consumo de produtos que usam lítio; é fundamental cada pessoa, individualmente, controlar o consumo de aparelhos tecnológicos, como telemóveis, computadores, ou até scooters, etc.

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